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CÁRCERE

Foto do escritor: O AlquimistaO Alquimista

Mulheres apáticas, fugiam amedrontadas dos guardas do palácio, que cumpriam as ordens dos maiorais, caçando as famosas mulheres, consideradas “bruxas”, pelo simples fato de sair um pouco das regras convencionais da época.

Corriam para se abrigar nas matas fechadas, vivendo o pânico para não serem notadas, devido ao olhar que delas expressavas.

Marcadas como bruxas, eram mantidas em cárceres dos castelos, passando por torturas terríveis, terminando na fogueira que as consumiam sem nenhuma piedade.

Mulheres que previam o futuro, sem compreender o porquê de aquilo ocorrer, precisavam se esconder para o castigo não ocorrer.

Cansadas e desabrigadas, formaram uma aldeia no meio da mata, não deixando vestígios da localização, para assim não sofrerem a descriminação.

Todas aquelas que ali conseguissem chegar, eram acolhidas como filhas, sem nada perguntar.

Outras que eram caçadas em regiões diversas, jamais falavam daquele abrigo que existia e acolhia muitas mulheres sem direção, pois eram como irmãs de coração.

Quando no cárcere estavam, choravam, gritavam para amedrontar os guardas que ali se mantinham como vigias, pois dessa maneira, nenhum deles com elas mexiam.

No meio de tantas que ali estavam, uma se destacava como a anciã, amedrontando até o elevado soldado que impedia de tortura-la e muito menos de queimá-la.

Esse aconselhava ao rei que a mantivesse no cárcere, sem nada fazer, pois se isso ocorresse, sofreriam de mal subido, sem que nada pudessem fazer.

Tal anciã ficava ali olhando a todos, com seus olhos esbugalhados que mudava de cor, chegando a ficar vermelhos de tanto horror.

Ela acumulava ódio de todos os soldados que levavam as mulheres que ali estavam e não mais voltavam, desejando que sofressem o mesmo martírio por eles provocados.

Acontece que essa anciã sabia manipular a energia e alguns soldados caiam doentes, sofrendo de febre alta, sentiam queimar por dentro como se o fogo estivesse consumindo-os aos poucos, sem nada poderem fazer.

O fato é que todos a temiam, mas a mantinham no cárcere, privando-a de boa alimentação para que seu corpo perdesse a força e acabasse deteriorado pela doença que não demoraria a aparecer.

Em dado momento dessa história, a filha do rei caiu em leito de morte, adormecida, com semblante pálido, respiração fraca que não parecia sobrevier.

Foram chamados todos os médicos conhecidos da época, o que nenhum conseguiu trazê-la de volta, pois era como se a menina já estivesse morta.

O rei desesperado, teve um sonho estranho, vendo a bruxa anciã colocando a mão na sua filha, acordando sem nada entender.

Ocorre que saiu correndo até o cárcere, pois sua filha era o seu maior tesouro, implorando a velha bruxa que a curasse daquele mal, prometendo liberta-la, levando-a para bem longe.

A bruxa disse que podia traze-la de volta se o rei renunciasse a forma de tratar aquelas mulheres, libertando todas e fingindo não as enxergar pelas ruas, pois se isso ocorresse, sua filha voltaria a sucumbir naquele leito para todo o sempre.

O rei prometeu, sem nada dizer, apenas queria que sua filha voltasse a sorrir para a vida e não mais padecer.

A bruxa foi limpa, alimentada e levada ao quarto da jovem. Ali chegando, ela enxergou um irmão que a tinha presa em seus braços, pois a queria para ele, não permitindo que voltasse ao corpo de carne.

Ela, em frente de todos os presentes, começou a falar com aquele espirito que estava ali, sem que ninguém pudesse enxergar. Falou de forma firme, impondo respeito, dizendo que tal jovem não pertencia a ele e que deveria seguir seu caminho, sem mais importunar aquele ser, que uma vida tinha para viver.

Tal espírito se fazia endurecido, mas a bruxa levantou a mão, fazendo aparecer seu cajado disfarçado, como se fosse seu mais precioso amuleto, tirando-o dali com todo respeito.

Neste momento, esse espírito saiu correndo, pois sentiu pavor daquela anciã, fugindo para sempre, deixando a jovem liberta, que acordou de seu sono tortuoso, chamando pelo pai, pedindo socorro.

Diante do que o rei enxergou, passou a ter o maior respeito por aquela anciã.

Como prometido, libertou todas as mulheres, deixando de persegui-las, dizendo ao bispo que ali não mais existiam.

Com o passar do tempo, as famosas bruxas deixaram de ser vistas como malfeitoras, não sofrendo mais pelas visões que tinham, pois passaram a serem reconhecidas como médiuns.

Como em toda história, toda aversão sofre o impacto da primeira visão para depois ser reconhecida e aceita pela ciência, mas que deixam as marcas profundas, como verdadeiras personalidades que passaram por essa terra, trazendo alguma alteração na própria história.






 
 
 

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